domingo, 6 de dezembro de 2009

Salvem-se quem puder!



Sabe, quando li o texto "Baleias não me emocionam" fiquei imaginando o tamanho da indignação da escritora em relação ao tratamento dado a vida humana.
Mas também percebi sua aversão ao tratamento dados aos animais, a preservação, o envolvimento de entidades para defender os animais.
Sabemos que a própria vida do homem sofre interferência total do próprio homem.
É esse mesmo homem que é capaz de invadir e matar os animais em seu habitat natural , é esse mesmo homem que polui, destrói, maltrata os animais, sem o direito de defesa.
Já imaginou se os animais pudessem ter algum tipo de "arma" para sua própria defesa e sobrevivência?
Aí, fico aqui me questionando: Os animais não podem se defender dos homens, pois são apenas animais irracionais e sem inteligência.
Enquanto, os homens animais racionais dotados de inteligência são vítimas do próprio semelhante, do próprio homem que os colocam na situação de miserável, na situação de fome, de frio e de morte.
Simples assim: os homens são vitimas das próprias ações e conseqüências causadas pelo próprio homem.
E os animais são vitimas indefesas do homem dotado de inteligência e de um egoísmo e ganância desmedida!
Salvem-se quem puder!

Até mais,

Maga

"Baleias não me emocionam"
Lya Luft

"Não é que eu ache que sofrimento de animal não valha a pena, a solidariedade, o dinheiro. Mas eu preferia que tudo isso fosse gasto com eles depois de não haver mais crianças pedindo esmolas, adultos famintos, famílias morando embaixo de pontes e adolescentes morrendo drogados nas calçadas. Hoje quero falar de gente e bichos. De notícias que freqüentemente aparecem sobre baleias encalhadas e pingüins perdidos em alguma praia. Não sei se me aborrece ou me inquieta ver tantas pessoas acorrendo, torcendo, chorando, porque uma baleia morre encalhada. Mas certamente não me emociona. Sei que não vão me achar muito simpática, mas eu não sou sempre simpática.
Aliás, se não gosto de grosseria nem de vulgaridade, também desconfio dos eternos bonzinhos, dos politicamente corretos, dos sempre sorridentes ou gentis. Prefiro o olho no olho, a clareza e a sinceridade – desde que não machuque só pelo prazer de magoar ou por ressentimento. Não gosto de ver bicho sofrendo: sempre curti animais, fui criada com eles. Na casa onde nasci e cresci, tive até uma coruja, chamada, sabe Deus por quê, Sebastião. Era branca, enorme, com aqueles olhos que reviravam. Fugiu da gaiola especialmente construída para ela, quase do tamanho de um pequeno quarto, e por muitos dias eu a procurei no topo das árvores, doída de saudade. Na ilha improvável que havia no mínimo lago do jardim que se estendia atrás da casa, viveu a certa altura da minha infância um casal de veadinhos, dos quais um também fugiu. O outro morreu pouco depois.
Segundo o jardineiro, morreu de saudade do fujão – minha primeira visão infantil de um amor romeu-e-julieta. Tive uma gata chamada Adelaide, nome da personagem sofredora de uma novela de rádio que fazia suspirar minha avó, e que meu irmão pequeno matou (a gata), nunca entendi como – uma das primeiras tragédias de que tive conhecimento. De modo que animais fazem parte de minha história, com muitas aventuras, divertimento e alguma emoção. Mas voltemos às baleias encalhadas: pessoas torcem as mãos, chegam máquinas variadas para içar os bichos, aplicam-se lençóis molhados, abrem-se manchetes em jornais e as televisões mostram tudo em horário nobre. O público, presente ou em casa, acompanha como se fosse alguém da família e, quando o fim chega, é lamentado quase com pêsames e oração. Confesso que não consigo me comover da mesma forma: pouca sensibilidade, uma alma de gelos nórdicos, quem sabe? Mesmo os que não me apreciam, não creiam nisso. Não é que eu ache que sofrimento de animal não valha a pena, a solidariedade, o dinheiro.Mas eu preferia que tudo isso fosse gasto com eles depois de não haver mais crianças enfiando a cara no vidro de meu carro para pedir trocados, adultos famintos dormindo em bancos de praça, famílias morando embaixo de pontes ou adolescentes morrendo drogados nas calçadas. Tenho certeza de que um mendigo morto na beira da praia causaria menos comoção do que uma baleia.
Nenhum Greenpeace defensor de seres humanos se moveria. Nenhuma manchete seria estampada. Uma ambulância talvez levasse horas para chegar, o corpo coberto por um jornal,quem sabe uma vela acesa. Curiosidade, rostos virados, um sentimentozinho de culpa, possivelmente irritação: cadê as autoridades, ninguém toma providência? Diante de um morto humano, ou de um candidato a morto na calçada, a gente se protege com uma armadura. De modo que (perdão) vejo sem entusiasmo as campanhas em favor dos animais – pelo menos enquanto se deletarem tão facilmente homens e mulheres".

Fonte: http://veja.abril.com.br/250804/ponto_de_vista.html


2 comentários:

  1. Não concordo com a autora, eu até entendo, mas não concordo.
    Como a Maga disse no post, os homens estão nesta situação por culpa de nós mesmos, e os animais são apenas vitimas de nossa ganancia por luxo, espaço, comodidade, dinheiro...
    Na minha opinião não podemos ser egocentricos e nos concentrar apenas em nós mesmos, esquecendo daqueles que sofrem as consequencias dos nossos erros.
    E afinal de contas assim como tem instituições que protegem os animais tem muuito mais instituições que cuidam do ser humano.
    As baleias sim me emocionam, e me emocionam também as crianças de rua, as familias em dificuldade, os pais de familia sem emprego, as pessoas que perdem entes queridos, a solidão, os cães e gatos abandonados.....

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  2. Simplesmente os homens acreditam serem os seres absolutos e superiores na cadeia alimentar, não se preocupam com os demais, nem ao menos com os da sua propria espécie, mas se esqucem que existe o ser supremo criador de tudo e de todos que nos deu o livre arbitrio, mas que o pode retirar se assim o desejar. Fica a indagação: qual a causa, motivo ou razão da estinção(eliminação) dos dinossauros na Terra?

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